Vieste Lírio

Vieste... Vieste lírio

Então me fiz de planta

Depois eu me fiz de rio

Quando vieste de santa.

Como sombra chegaste

Num dia de sol luzidio

Vieste como um vento frio

Balouçando flâmulas e hastes.

Depois, muito estranha,

Vieste "fog" de densas brumas

No momento me fiz montanha

Para reter as espessas espumas.

Então viraste chuva suave e leve

Perolando a pelúcia do relvado

Feliz, eu não me fiz de rogado,

Sorvi gota a gota na minha pele.

E imitando as monções indiana

Vieste muitas, torrenciais e tantas

Então fiz fortaleza da nossa cabana

Para as noites amorosas e mansas.

E meu coração se desfez em festa

E o meu ser se fez outro no teu ser

E se fez luz e luar no meio da floresta

No momento único, sensual e privê.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 22/06/2014
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