A Noite Inteira

Como pude cair no laço

No visgo que me colou

Quando caí em seu braços

E você me chamou de amor.

No dia em que caí no eu laço

No visgo que você me colou

Me vi presos aos teus braços

Quando me chamou de amor.

Não pude resistir aos afagos

Dos olhos meigos e brilhantes

Nem ao roçar dos rubros lábios

Dos beijos tantos e adoçantes.

Das tarde de amor no relvado

Embaixo de um velho arvoredo

O mundo parecia estar parado

Assistindo o matar dos desejos.

Até o vento se calou, abismado

As fontes morreram de medo

Os rios subiram para o espetáculo

Quando viram os milhares de beijos.

Até o Céu ficou com algum receio

Quando viu o amar insano e intenso

Os bichos dos matos ficaram tensos

Quando eu desvendei os teus seios.

Os deuses se mordiam de inveja

Ao assistir eu te deflorando inteira

Nosso travesseiro e cama era relva

E muita gostosa era nossa brincadeira.

E o sol se foi banhar nas águas do oriente

O céu deu lugar para o manto de estrelas

Sossegados com nossos lábios dormentes

Nus, dormimos agarradinhos a noite inteira.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 20/06/2014
Reeditado em 20/06/2014
Código do texto: T4852463
Classificação de conteúdo: seguro