PÉTALAS ROMPIDAS

As torres de marfim ruíram, sujo de cerveja

e coca-cola o tapete vermelho, mas quem precisa disso?

As florestas sussurram chamados sibilantes,

e não temos e nem queremos negar,

sair pelo mundo mágico abre portais até então desconhecidos,

atiro ao solo a túnica de druida, desnudo-te com dentes de vampiro,

para que a estrada se abra por ordem do cajado

de deus preventivo que ostento no lugar do dedo.

Fugir não interessa, que os exércitos se esfolem

aos pés da montanha e da deusa,

imersa minha carne na tua, nenhum pássaro ousaria

interromper trazendo rumores que só os anjos testemunham.

O dia não interessa, a economia chateia,

saiamos carregando nas costas apenas os sinais da brisa,

levemos nossas peles sedentas de contato ao solo,

para que feroz como lobo enchendo os pulmões

de cio te possua ao lado de fogueiras e pedras,

espalhando pelos ares tuas pétalas rompidas.