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Dantes quisera eu, pobre tola,
Tocar as plumas das tuas asas
E provar o mel das tuas palavras
Mas vejo que o tempo já urge…
Por tantas odes compostas em teu nome
Tento embriagar-me nessa tentativa própria de soltura
Porque faz com que me dissolva após toda essa longa tortura
Pelos devaneios meus em que te torno homem
Com esse de tantos outros solilóquios
Tenho por intuito deixar de sofregar
Pois sei que não poderei dormir enquanto não te devorar
Nem me extasiar com o tom suave da voz tua
Afasta de ti esse tão querido ócio
Pois de todas as minhas perfeitas sonatas
És então tu aquela que me mata,
Tornando-se a mais preciosa
Meu alcaide amado,
Nutre dessa tua menina a fome insaciável de poesia,
Faz-me agora uma unguífera sonatina,
E faz jus ao meu taciturno coração a ti condenado…