Eu, traidor de mim
Essa parte em mim, que me trai,
acho que é o meu ser mais vero;
pisa escrúpulos, a te buscar sai,
enquanto eu disfarço que quero;
cidadão, poeta, servo, ser vasto
facetas tantas, posto que, solo;
ora semeio a ver se nasce pasto,
como se puro, quase que, casto;
outra o cidadão toca o trombone,
pra que, corrupção não se abone,
mas todos três querem o teu colo;
a voz e vez do poeta, o alcaguete,
expõe pelas praças o que recuso;
esse doido, intrometido do cacete,
que da liberdade até faz mau uso;
vive em palafita encena palacete,
coroa de rei em reino inconcluso;
fera no marketing serviria pro PT,
aqueles deveriam usar outros pês;
perdão desviei, eu falava de você,
cidadão tentou usurpar-me a vez;
bom negócio tenho, pra te oferecer,
pacotão da hora; pague um leve três...