ENTRE NÓS DOIS - Trinta e cinco anos depois
Não precisa que se publique
Em manchete de jornais
Basta dizer: Eu te amo
Entre nós dois e ninguém mais
Não foi a primeira vista
Nenhuma loucura de amor
Pouco a pouco construímos
Nossa relação com pudor
Muitos créditos nos concedemos
Começando por confiar
Nenhuma relação perdura
Se esse ingrediente faltar
Sendo cada um imperfeito
Assim mesmo nos aceitamos
Se os defeitos incomodam
Com virtudes compensamos
Se o tempo nos trouxe dores
Momentos de agonia
Muito mais podemos contar
Quando o assunto é alegria
Nem tudo foram flores
Nesses anos já vividos
As dificuldades superamos
Nos tornamos mais unidos
O mundo não nos conhece
Não corremos atrás de fama
Preferimos ao sossego
No aconchego de nossa cama
São trinta e cinco anos
Desde que dissemos “Sim”
Só as testemunhas presentes
Preferimos ser assim
Não foi por um contrato assinado
Que garantimos a união
É pela fragilidade do vaso
Que seguramos a quatro mãos
Tivemos o só nós dois
Até que os filhos chegaram
Se com eles as responsabilidades
Nossas vidas alegraram
A missão de educar
Consideramos cumprida
Os filhos permanecem
Para sempre em nossas vidas
Agora são companheiros
Em uma longa jornada
De aprendizado recíproco
Em uma aventura sangrada
Não precisa que se publique
Em manchete de jornais
Basta dizer: Eu te amo
Entre nós dois e ninguém mais
Obs. Já são quase trinta e sete anos. A publicação se justifica pela homenagem à data.