ENTRE NÓS DOIS - Trinta e cinco anos depois

Não precisa que se publique

Em manchete de jornais

Basta dizer: Eu te amo

Entre nós dois e ninguém mais

Não foi a primeira vista

Nenhuma loucura de amor

Pouco a pouco construímos

Nossa relação com pudor

Muitos créditos nos concedemos

Começando por confiar

Nenhuma relação perdura

Se esse ingrediente faltar

Sendo cada um imperfeito

Assim mesmo nos aceitamos

Se os defeitos incomodam

Com virtudes compensamos

Se o tempo nos trouxe dores

Momentos de agonia

Muito mais podemos contar

Quando o assunto é alegria

Nem tudo foram flores

Nesses anos já vividos

As dificuldades superamos

Nos tornamos mais unidos

O mundo não nos conhece

Não corremos atrás de fama

Preferimos ao sossego

No aconchego de nossa cama

São trinta e cinco anos

Desde que dissemos “Sim”

Só as testemunhas presentes

Preferimos ser assim

Não foi por um contrato assinado

Que garantimos a união

É pela fragilidade do vaso

Que seguramos a quatro mãos

Tivemos o só nós dois

Até que os filhos chegaram

Se com eles as responsabilidades

Nossas vidas alegraram

A missão de educar

Consideramos cumprida

Os filhos permanecem

Para sempre em nossas vidas

Agora são companheiros

Em uma longa jornada

De aprendizado recíproco

Em uma aventura sangrada

Não precisa que se publique

Em manchete de jornais

Basta dizer: Eu te amo

Entre nós dois e ninguém mais

Obs. Já são quase trinta e sete anos. A publicação se justifica pela homenagem à data.

ANTÔNIO RIBEIRO
Enviado por ANTÔNIO RIBEIRO em 12/06/2014
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