Chuva teimosa
Que inunda o rosto
O olhar é a cor
Que o poema escreve...

Não sei a direção
A trilha é indefinida
Do jogo de xadrez da vida
Ampulheta do tempo implacável
A todos os viventes...

O farol da esperança
De um viver em bonança
N'alma o querer
Se faz predominância...

Um sonhar amante da poesia em si
Que vem a metade dos versos
A outra metade deixo aos teus pés...

Voo calada nas asas do teu amar
Sem medo,
Seguindo sempre em frente
Inda que as asas douradas
De um pássaro livre
Em pleno voo da vida...

Te acordo
Para sonharmos juntos
No deserto longínquo
Buscando o mana
Para matar a fome de ti...

Beber-te em lava pés
E ver-te crescer
Na soleira do tempo
Do sol escaldante
Aquecendo a semente de avenca
Que plantas em meu corpo.

Quero dormir no teu abraçar
Em alto mar navegar na nau
Num quarto qualquer
Do teu coração
Não importando o lugar
Nem a razão
Somente a emoção
Do sentir...

Contando que sejas tu
A minha companhia
Teus eflúvios que cheiram
A poesia flamejante
Que me aquece
O meu doce olhar...

Em minúcias invisíveis
Se fazem mar de inconstâncias
As vezes revolto
Vezes acalm'alma...

E sempre volto a origem
Que é o porto seguro
Da imensidade do meu sentir
Da saudade e do amor.

 
Corte de Gorobixaba
Enviado por Corte de Gorobixaba em 10/06/2014
Código do texto: T4840045
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.