EU COMIGO MESMO!
Por um breve instante revivi
novamente os últimos segundos
do nosso terrificante insucesso.
Foi uma sensação terrível comparável
com os derradeiros momentos de um
peixe fora d'água por estar diante da morte.
Mesmo atônito agarrei com veemência
ao meu sentido de vida, e aos poucos
vou recuperando o meu brio...
O tempo foi benigno comigo, pois acabou
abrindo a porta da casinhola que vivi,
para que hoje eu pratique muitos voos livres.
Nada mais me prende nada mais será
motivo de lástimas, e o que mais adoro
em mim é a esperança que readquiri.
Todos os dias serão como uma manhã
luminosa, como um bando de pássaros
arrulhar pelo espaço, como o clarão que
a lua espalha sobre a terra...
De agora em diante em mim haverá os sons
de muitas músicas mesmo que todas sejam bregas,
serei eu convivendo com as serestas das madrugadas.