Rubro

Sempre lhe disseram que rubro era a cor da perfídia,

do pecado, do prazer e do amor

mas oh, céus! Pecado é dizer a uma criança em pleno ardor

que essa é a perene cor da vida!

Hoje sei que não há cor mais fria e pecaminosa

que o verde esmeralda daqueles olhos.

Ah, sim, e carmim são aqueles lábios macios

que não temem a mentira e sorriem sádicos

[quando as esmeraldas percebem dor alheia

És monja taciturna, flor despetalada,

mulher desfigurada, poetisa estilhaçada,

debulha-se em dor, sem amor, pobre tola,

não existe remédio pra amargura, retalha-se só,

[se esconde na escuridão de pútrido manto rubro

Desprezado, pisoteado, descartado

o amor fere muito mais quando é assim,

essa tortura… parece nunca ter fim,

ninguém nunca nos avisa sobre essas coisas

[que fazem de imaturo coração enamorado

Cresce enforcado esse amor proibido

apertado no peito, inibido.

Segredo esse que magoa, irremível,

não escarnece do amor, é puramente irascível..

Lolla Fronza
Enviado por Lolla Fronza em 10/06/2014
Código do texto: T4839810
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