Marinho

Ao meu querido amor marinheiro

Que se vai pela praia de minhas mágoas,

Se perde nesse mar de lágrimas,

Vai embora agora sem se despedir,

Foge de mim meu dulcíssimo cavalheiro

Some ao longe em minha dor,

Olvida-te que sempre me haverá amor…

Tua areia alva escorre por mim

Me envolve em ardor

Dessa praia vazia assim,

Agora torno-me soror

Quebra nas pedras

Em surdo ruidoso,

E sinto o sal da tua espuma.

Me parte o coração esse teu brado silencioso

Sou agora mulher marmórea a beira-ti abandonada,

Sirena do amor lontana,

Pobre mal-amada

Ainda poetisa-amargura

E tu, moiro meu, caro marinheiro…

És o barco em que te vais, és o mar de banzo em que me afogo,

És amor e dor, minha mágoa, minha lágrima, dono de meu imo,

És desvairo meu que jaz imperfeito em perfeição,

Se foi ao longe, mas vive em cada ocaso de minha vida,

Inesquecível, impassível, memória inquebrável, paixão interminável

Que mantem-me ainda aguerrida

Meu primeiro amor sincero, sorrateiro,

Ainda és detentor único de meu esguio e tresloucado coração…

Lolla Fronza
Enviado por Lolla Fronza em 10/06/2014
Código do texto: T4839750
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