Amor à deriva


Minha alma insana alimenta este amor unilateral
Perdida  no mar de prantos, sente-se no umbral
Meus sonhos acorrentados nas tuas lembranças
Triste fim no percurso paupérrimo de esperança

 
Minha alma insana alimenta este amor unilateral
Ácida solidão que a consome nesta rotina infernal
Entre gélidas  paredes  sente-se indefesa  criança
Espera inutilmente  recobrar no amor a confiança

 
Perdida   no mar de prantos, sente-se no umbral
Falsos  carinhos do ontem que a tornava imortal
Transmutados em melancolia,  indigesta herança
Abandono experimentado nas  árduas mudanças

 
Meus  sonhos acorrentados nas tuas lembranças
Bailam  estonteantes  descompassados da dança
Esbarram nos medos à procura da  paz espiritual
Entregam-se às mortas horas no renascer matinal

 
Em outros  braços procuro  teu abraço outrora leal
Mas  restam somente espinhos desta dor  sem igual
Coração  à deriva neste vazio que o existir espanca

Triste  fim no percurso paupérrimo de esperança.




Ana Stoppa
 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 10/06/2014
Código do texto: T4839192
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