Miseriecordiae
A dois, um se faz.
À meia luz, caio em torpor
E o teu negro tecido de flor,
Une-se ao gole amargo e fugaz.
O tango dos nossos corpos,
Trança nossas ascendências
Nos nossos sinceros campos
De risos e hortências.
Frequências de dor na Virgem da Lapa,
Tuas expressões se confundem
Com as fases da própria lua.
Mas sou a nau da dor,
Um escarro de Goethe
No teu mar de Bohr.