Menina do bem... Do ser... Da vida
Menina, dengosa, dono do meu coração
Figura marcante da minha vida
Nos seus contos demonstrava a que vinha...
Nas palavras, me atingia, me confortava...
No alto, no baixo... Sempre verdadeira.
Patenteando a fonte me seduzia
Fazia do meu corpo um ninho de liberdade
Arrancando do âmago o conforto
Enrascava-me ao seu colo. Entorpecido...
Realizava ali o sossego, esquecia-se...
Viajava, então, protegida
Por um monte de sinal. Sorte minha.
A cabeça precocemente fascinada
Apreciava a sabedoria
Com astúcia incriticável...
Exagerada: valorizava-se, personalizava-se.
Ia além da imaginação, lúcida, como se deusa fosse
Encantava, alimentava os sonhos desse capacho.
Meu coração sorrindo de amor, enlouquecido
Cantava a esperança de tê-la para sempre...
Com pensamentos soltos, invadira o seu intelecto.
Urgindo fertilidade, consolava os intocáveis
Marcava presença, contrariava regras...
Revelava marcas, suscitava idéias...
Menina de aspiração, de alma, de corpo,
Menina do bem... Do ser... Da vida.
Menina abençoada nos apertos
Não desanimava, relutava confiante
E pedia acode a sua “mãeinha’ .