Poema para o Quintal alheio
Jesus hoje na casa do meu amigo a tarde é calma, lá fora as pessoas correm, atrás de compromissos seus e, nesse mar de idas e vindas na casa do meu amigo, calmaria.
O que acontece em são Paulo? O que acontece na Bahia? Só sei que nessa minha terra o coqueiro balança de mansinho rumo a direção de Petrolina, há e as meninas devem está na casa dos seus amores, o vento sopra e com ele vem a recordação de amigos semelhantes ao meu, aqui, que dorme na calmaria. Maio ou fevereiro, março, ou mesmo, não sei Janeiro? Na minha vida não existe mais brinquedos, será medo? Há Os belos coqueiros na minha terra lembra Israel, Israel eu choro por minha mãe que tem amores somente pela obrigação de ter no coração, o doce consolo da tâmara meiga da virgem Maria, pode ser falta de respeito meu amigo, ou irmão, ou pai ou mesmo mãe... Eu por isso te dou uma rosa, para nós tanto faz que tenha as cores da perversa morte, ela é o poema da vida que dorme tranquilo aqui no nosso peito, mostrando o belo jeito de quem tem um sentimento sem jeito. Fátima tu estás ai distante de mim, ó porque Raimundo? Eu tento meu pai olhar para os céus e vejo as garças adoidadas bebendo o vinho dos lábios dos frades e, meu pai eu bem aqui na sombra não... Na luz tento lho seguir, mas na caminhada tem as vozes da alma, na voz de um amigo tem o brilho do olhar, e no coqueiro o profeta que grita sem pestanejar, parece loucura essa visão do mato verde, pode ser que em água verde o sorriso das moças tem mais beleza? Joana, Maria, Rosa ou mesmo Verônica que faz para o marido a refeição, ai não, ó homens parem de ter no rosto delas o roxo da vergonha! O sol é lindo, mas a noite vem com os sonhos na cama, na solidão, na companhia sem alegrias, no sorriso sem dentes da filha, ou mesmo no boletim horrível do filho...eu vou acreditar, que o sono do meu amigo vai passar.
Menina pare de olhar para o retrato dele:
Não vê que essa lembrança causa-lhe falta de sossego?
Na vida ou se ama uma vez para não mais chorar, ou morre de saudades pelo amor sem si amar.
Rapaz ela tem os olhos castanhos?
Não queira bem a essa paixão, quem lhe fez um dia feliz tinha os olhos negros, como o vazio do tristonho do seu pobre coração.