O BANHO DA MULHER AMADA
A lágrima de diamante abre um rio
não mais o deserto é a mão apagada de linhas
o Anjo Metálico caminha nos acordes
da guitarra
buscando a estrada
pois o descompasso do sol
com o sonho muda o desejo
A paixão modulada no delírio
inaugura o compromisso do mendigo
com o tempo, compreenda-se
que a ótica coberta pela luxúria
responde com loucura adulterando
os mapas da liberdade,
as estradas fechadas pelos demônios
travestidos do belo demonstram
que é preciso romper o caos
montando os cavalos do pensamento selvagem.
O Anjo Metálico espalha cometas e luas
agitando a cabeleira e a echarpe,
a estética da busca sem fim
substitui a bucéfala orgia
da eletrônica,
somos querubins fabricando o vinho do deleite
para o banho da mulher amada
repleto de êxtase fumegando asas
e armaduras divinondulantes!
no pátio dos loucos
abandonados pela fêmeas.
O castelo dos seres zodiacais
desfralda bandeiras
enquanto o Anjo Metálico
fecunda a Rainha das Fêmeas
no lago alimentado pela Cachoeira
do Deleite Acquaonírico
para que do teu perfil o sol grave
no solo dos desertos a vontade
de beijar teus lábios como único oásis,
livrando o gênero humano
do Flagelo Pornô redimindo a Carne
e o prazer pelo pouso geométrico
dos astros desfraldados do universo
no cio embandeirado da mulher
que muito mais do que desejo
é uma canção de amor