NÃO há SOL que AGRADE

O berro do anjo fez-se estátua

e raios ensangüentados de cabeças

desnudam a árdua

metamorfose dos amantes

Lua - ovo dos uivos, acasalados e espumantes

subterrâneo do sonho deslembrado dessa

raiz do espírito

- o sexo ganho,

o dragão horrenda

as borboletas decibélicas,

quem agüenta?

centauras poliglotas?

sexo além da métrica,

a fé origem das rotas

A eternidade é mais do que uma bandeira

com peixes, e galopa na prancha de fogo

dos cavalos relampejantes,

selvagens como viver no céu

A carne ostenta armaduras tecnológicas

que servem de abrigo a pássaros

rebeldes, não há sol que agrade

aos amantes que fazem da lua

leito de um amor dos séculos,

sexo e ritual, rituais do sexo

animam a dança do amor

que desliza nos lagos espelhados,

homem e mulher

fogo e rosa cósmica