Sem Sentidos
Do muito que sinto, não entendo nada
Do pouco que falo, nenhuma voz ouço
Minha ama livre pena aprisionada
Uma prisão sem muros é meu calabouço
Já chorei quando tive vontade de rir
Abracei quando quis, sem motivos, chorar
Fiquei quando as vezes, precisei partir
Me escondi, quando enfim, precisei amar
Agora me encontrei, no nada que sou
Perdi-me em sorrisos, fingidos e puros
Meu amor desistiu, quando nem começou
Minhas certezas, agora, são portos inseguros
Sou apaixonado só, e nada mais
Não ouso, ao menos, me entitular
Sem rumo vaguei, mas encontrei um cais
Onde meu coração pode, enfim, atracar
Livre, assim, como mui belos pássaros
Me vejo aprisionado, em meu coração
Chorei, mas sorri, em momentos tão raros
Que cheguei a pensar que viver foi em vão
Mas tú me ensinou, o valor dessa vida
Com seu jeito doce, o qual aprendi amar
Vi que não posso dizer, que a batalha está perdida
Sem antes correr o risco de lutar.