Se entregar
Eu caminhei até onde pude, suportei até onde foi possível
Meditando entre as percas e clamado sempre insensível
Agora a tua imagem é um retrato em minha mente
Perambulando entre o destino, seguindo desobediente
Eu trilhei caminhos escuros, e demorei a me entregar
Mas me perdi entre a imensidão do abismo do seu olhar
Fui além das margens do desespero
Ouvindo os gritos da alma, sutis e ásperos
Eu segurei as rédeas desse coração ferido pela vida
Marcado pela dor da partida
E você ultrapassou as barreiras da dor
O meu peito clama e declama o despertar do amor
Você quebrou minhas proteções
Agora estou nu e meu coração em suas mãos
Peço-lhe, não o machuque, ele está cansado já não suporta mais as feridas, entenda por um segundo ou por uma vida
Ah minha mente confusa e perdida, nos devaneios de uma vida lúcida
Este tolo poeta, que não sabe amar, ele se perdeu no meio da solidão
E encontrou nos seus braços o brilho da salvação
Ensine-me a amar, pois estou desaprendido, a vida me moldou, um escravo da dor
E eu pude enxergar em você um motivo pra lutar
Carregando o fardo da certeza, que nossos caminhos irão se separar
Ah cada lágrima que cai do seu rosto, um pedaço de mim que vai embora
Ah cada lágrima ao chão que minha alma aos poucos se devora
Vivendo a espera do adeus, quando não mais estarei nos braços teus
Eu suplico de joelho aos céus, as estrelas que me seduzem, aos cometas perdidos no privilégio de se amarem
Não me deixe ser mais um em sua bagagem
Este velho coração não irá suportar, o choro da alma, sussurrando o teu nome
Eu lhe imploro seja minha até quando por desventura do destino do amor passarmos fome.