Adolescentemente
Quando adolescente, eu era tão adulto.
E me achava o máximo por isso.
Responsável, equilibrado, sensato,
garoto estudioso, exemplo a ser seguido...
Agora, adulto, me pego agindo como um adolescente.
E, mesmo me achando tão ridículo,
praticamente não consigo evitar.
Ando me apaixonando fácil, irresponsável,
vivo na corda bamba dos sentimentos,
tenho medo de ser feliz e vergonha por não ser
por não ter falado, posto pra fora, explodido.
Músicas de amor me fazem chorar.
E venho perdendo o sono pensando em alguém
que também pensa em mim. Mas só pensamos.
Mas aquele é o seu mundo, a sua vida – não a minha.
Me desconheço. E o pior é que gosto disso.
Talvez precise de um psico-alguma-coisa. Ou não. Ou sim?
Sei lá... Sei que voltei a ter espinhas e amor de sobra.
E que no fundo anseio que isso nunca termine...