Justiça e Amor

Uma noite dessa me deparei com um programa na telinha cujo apresentador tinha o sobrenome Justo, mas do ponto de vista da cultura não me pareceu tão justo, se bem que o programa era voltado para o negócio que significa, segundo os Dicionários: “s. m. 1. Comércio, tráfico. 2. Relações comerciais; negociação. 3. Contrato, ajuste. 4. Qualquer casa comercial. 5. Empresa. 6. Questão pendente; pendência. 7. Pop. Coisa, objeto. 8. Pop. Qualquer coisa cujo nome não ocorre no momento. — N. de comadres: intrigas. N. de compadres: negócio em que intervém o favor em vez da justiça. N. de ocasião: bom negócio ou boa oferta. N. de pai para filho: negócio em que a vantagem é considerada excessiva para a parte a quem se oferece”.

Analisando a palavra NEG-ÓCIO percebe-se que o prefixo NEG é negação e o sufixo ÓCIO ociosidade, um estado de quem nada quer ou nada tem para fazer, então, dizia ele, mais ou menos assim, ao dar seu veredicto final ao candidato quando se tratava de algo cultural: “... Esse tema não entra em meu negócio, você não serve para trabalhar comigo”.

É preciso analisar a questão com muito cuidado, porque quem trabalha com a cultura nada nega, não está e nem vive na ociosidade, pelo contrário trabalha-se muito para conseguir sobreviver dignamente. Não é que eu queira que a cultura seja um negócio, muito pelo contrário, o que desejo, na verdade, é que o tema cultura seja respeitado, seja na televisão, no radio, na impressa escrita, em qualquer momento e espaço da vida, este seria o principio básico de um povo que preza sua história.

A cultura deve ser um empreendimento no qual qualquer cidadão pode e deve investir, receber incentivo, não somente de órgãos públicos, mas de toda casta impresarial, sabendo, é claro, que seu retorno virá em forma de conhecimento, gerando riqueza e consciência cidadã à longo prazo, fazendo com que uma nação seja dotada de perseverança e em todos os sentidos obtenha, não somente a paz social, mas saúde e vida digna.

Pois bem, o Programa, Roberto Justo, que é injusto com a cultura, deveria incluir esse tema em sua proposta de negócio, pois se trata de algo muito importante para elevar a dignidade humana e sem essa dignidade seremos um povo jogado por sim mesmo ao relento, à miséria, a fome e à violência que hoje assolam não só o Brasil, mas o mundo como um todo.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 11/05/2007
Reeditado em 11/05/2007
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