OUÇA

Quando tudo parece estagnado

o pensamento, por demais, agitado

o peito apertado

até os versos, que pareciam livres

agora parece mal traçado.

O poeta percebe que busca o tom

certeiro para os versos livres

poderem deslizar

com mais ressonância.

Sente-se absorto

e confuso

na ciranda da vida

que brinca

e testa

a inteligência do poeta.

Ouça, [meu bem viver]

aqui estou

pra dizer-te

bem baixinho

não te amo

de agora

amo-te de ontem

de hoje

e para todo o sempre.

Embora aflito e angustiado

com as intempéries da vida

pouco me importa

o que dizem

ou deixem de dizer

de mim ou de você.

Saibas

e isto é o que importa

que és e sempre serás

[por mim]

amada

e desejada

e que, nem toda quimera

- quem dera –

contem os doces delírios

dos desejos meus [e teus].

Ah, quem me dera

desfilar uma procissão

de poemas [em prosa e verso]

para agradecer

a tua doce presença

e no silêncio da alcova

sutilmente

e sorrateiramente

e tão simplesmente

em meus braços

te fazer mulher.

By, DINIZ. Salatiel Soares,

Salatiel Diniz
Enviado por Salatiel Diniz em 29/05/2014
Reeditado em 13/05/2019
Código do texto: T4824759
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