OUÇA
Quando tudo parece estagnado
o pensamento, por demais, agitado
o peito apertado
até os versos, que pareciam livres
agora parece mal traçado.
O poeta percebe que busca o tom
certeiro para os versos livres
poderem deslizar
com mais ressonância.
Sente-se absorto
e confuso
na ciranda da vida
que brinca
e testa
a inteligência do poeta.
Ouça, [meu bem viver]
aqui estou
pra dizer-te
bem baixinho
não te amo
de agora
amo-te de ontem
de hoje
e para todo o sempre.
Embora aflito e angustiado
com as intempéries da vida
pouco me importa
o que dizem
ou deixem de dizer
de mim ou de você.
Saibas
e isto é o que importa
que és e sempre serás
[por mim]
amada
e desejada
e que, nem toda quimera
- quem dera –
contem os doces delírios
dos desejos meus [e teus].
Ah, quem me dera
desfilar uma procissão
de poemas [em prosa e verso]
para agradecer
a tua doce presença
e no silêncio da alcova
sutilmente
e sorrateiramente
e tão simplesmente
em meus braços
te fazer mulher.
By, DINIZ. Salatiel Soares,