Dádiva
É sagrado
esse que leva como cajado
a ternura das estrelas
e confidencia aos meus ouvidos
as ascenções de todos os ventos
os amigos e os inimigos...
É muito amado
esse que se orienta
na cidadela de seu silêncio
e que caminha, desarmado,
no passo cósmico do tempo.
É sagrado
como o perfume das minhas flores
como a magia dos meus cedros,
que adornam meus anelos
quando dou as costas às dores.
Sagrado e amado é
esse que me reconhece
na seiva de sua alma,
feita do mais puro amor
e que na noite não desfalece,
e me acalenta em minha prece
feita de seu céu interior...
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