Guerra de paz
Canta o mundo uma canção de dor,
suas lágrimas rolam fazendo um caminho sem chão,
sofrem os homens que trazem na face o pavor
de morrerem suas vidas já sem rima e ilusão.
Vê, é de dor o lamento que ecoa pelo universo,
sem fim os prantos que germinam solidão,
não há rima ou poesia na tristeza de seus versos,
pobre poeta que vivo espera a morte que muda a canção.
Sofre e entre lamentos tenta um canto de amor,
surdos tons na boca que espera o beijo que não foi seu,
será o último lamento nos versos de um poeta sem cor,
o tempo lhe mostra o caminho onde o destino o tolheu.
É de paz a guerra que trava o homem que não viveu amor?
Canta onde a dor supera a vida transformada em pó,
ama sozinho, última esperança a tingir um céu sem cor
e como fumaça, desvanece horizontes na última rima criada e só.
05/05/2007