Infeliz aquele que deixa o amor pela metade
Os olhos padecidos
Não querem vê, nem sentir
Que o coração desistira.
Mesmo machucado, o coração
Implanta alegria nos olhos.
Os olhos, ainda , tristes
Somam coragem, aliam-se
Despertam interesse ao coração
A irem ao encontro com o seu amor...
A agonia lhe pena danada
Rói a alma, entranha na consciência
Arrepia a pele, desavisa o olhar.
Diabólica a alma
Que não partilha
Paciência com o parceiro.
Infeliz aquele que deixa o amor
Sofrer sozinho nos carinhos pela metade
Invade o corpo e na pressa pouco se manifesta.
Não valoriza a sensibilidade
Esquece que no prazer a cumplicidade
Tem no momento encontro sublime.
O tempero desajustado
Não atiça o gosto do desejo
Nem pensa na esperança.
Desanimada, sacode a cabeça
Alimenta a saudade no sono
Inconformada, desaba, em pranto adormece.
O coração apertado se resigna
Na doce espera do amado reconquistar
O tempo perdido no amor prejudicado.