Busca!
Andei léguas, corri vales, subi montes...
Remei, nadei, por mares, rios, lagos...
Voei ventos, brisas, derrotei intempéries.
Contei galáxias, constelações.
Centauro, Afrodite, Apolo...
Parei num sonho místico, helenístico.
Colhi a mais bela flor no mais belo campo.
Seu perfume me entorpecia os sentidos.
Ainda assim não estava satisfeito.
Orei à deusa, olhei seus olhos, contemplei sua luz.
Pedi-lhe forças, roguei-lhe coragem, cantei-lhe misericórdia.
Tão cego estive embebido em tamanha beleza
De uma tal natureza que não pude mais.
Acordei, ergui-me, esforcei-me em gemidos.
Senti o ar que não me supria. Sufocado!
Tentei falar e não me permitia.
Íris em foco, límpido, alvo, ofuscante.
Formas, contornos simétricos, matemáticos, perfeitos.
Achei-te, enfim!
Posto que sonhei, sofri, desejei, venci.