AFOGAMENTO

Madrugada fria,
afogado em sono profundo,
senti um marulho vindo do mar
e um sopro vindo
do céu;

de repente, o mar rejeitou-me
com suas ondas em fúria,
levando-me aos profundos abismos
de suas águas;

e eu, esvaído de forças
a me pendular em luta de vida ou morte,
já não conseguia mais
respirar,

quando, enfim,
um braço nuvem desceu,
rápida e imponentemente,
secando o mar:

eu fora salvo, enfim,
mas a nuvem, encharcada
com sais e abismos,
foi-se para longe
a chorar.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 17/05/2014
Reeditado em 17/05/2014
Código do texto: T4809765
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