RETALHOS
Certa noite,
depois de se libidinarem
pela tela mambembe de um computador,
com fluorescentes verbos
e extáticas imagens;
ela disse
a seu novo e passarinho,
encontrado em algum desses
jardins virtuais:
“para que eu
possa te amar plenamente,
ele deve morrer”;
sem saber que o cão
de quem falava,
já se havia desterrado morto
há muito tempo,
a se alimentar das sombras
sob os postes neon.
Péricles Alves de Oliveira