Poema para Tereza Maria
Moça de veludo carmim, será que tendes os amores por mim?
E se esse amor roubar o meu viver? Será tão triste o meu sofrer?
Serei o escravo de uma tristeza que acorrenta, debalde minha amiga e amante, de olhos claros e fugídio, límpidos, sou uma sombra carente, um arfante, te rogo que abrande essa chama, porque, eu te amo... E não a mim, por ser eu mesmo cativo de ti.
E amar é uma entrega de pura solidão, vivo em mim mesmo uma calada e agoniada prisão? Moça que a flâmula aplaca a pobreza de um ser coitado, que corre nas serras nas profundezas de sombras um pecado. Meu peito derrama um líquido seco e amargo, dessas lágrimas que debulham só saudades, ó que amar-te minha dama és a ninfa sonhada, de minha somente a cina tu és silente lembrada, antes fui roubado em teus beijos, os nossos amores neste poema é cantado, no acorde de teus seios vivificado.