O ÉBRIO

O ÉBRIO

Cabisbaixo pervaga na ebriez das vielas,

notívago boêmio no anonimato se perdeu,

buscando sem tréguas nos bares saciar

a sede de carência de quem o já esqueceu.

Da ruína do amor ele ergue seu refúgio

nas esconsas tabernas, entre meretrizes

tragando o tinto da amargura em vinho

pelas mesas derramado aos risos felizes.

Queda sobre a nódoa em estendida mão,

ébrio, tenta algo desenhar; a mensagem

de um adeus, a despedida sobre o chão.

Indigente, ninguém seu nome sabe sequer,

deixou apenas sua angustia ali rabiscada:

na mancha de vinho o nome de amada.

De egê Valadares - sp

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 14/05/2014
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