O ÉBRIO
O ÉBRIO
Cabisbaixo pervaga na ebriez das vielas,
notívago boêmio no anonimato se perdeu,
buscando sem tréguas nos bares saciar
a sede de carência de quem o já esqueceu.
Da ruína do amor ele ergue seu refúgio
nas esconsas tabernas, entre meretrizes
tragando o tinto da amargura em vinho
pelas mesas derramado aos risos felizes.
Queda sobre a nódoa em estendida mão,
ébrio, tenta algo desenhar; a mensagem
de um adeus, a despedida sobre o chão.
Indigente, ninguém seu nome sabe sequer,
deixou apenas sua angustia ali rabiscada:
na mancha de vinho o nome de amada.
De egê Valadares - sp