FOME DE AMOR

Uma estrela brilha deslumbrada

Silhueta luminosa sideral

Uma pétala de rosa desfraldada

Enfeitando o jardim celestial

As luzes nas ruas refletidas

São como punhais dilacerantes

rasgando o peito, abrindo feridas

trazendo saudades torturantes

As nuvens brancas de algodão

Encobrem o luar enciumado

Formando imagens na amplidão

Que lembram o teu vulto amado

Reviro-me na insônia do meu leito

Procuro em vão pelos teus beijos

E a agonia explodindo no meu peito

Aumenta cada vez mais o meu desejo

Na penumbra do quarto eu vislumbro

Tua imagem curvilínea na parede

Busco em tua boca, em teus beijos

Saciar a minha fome e a minha sede

Tuas mãos tão carinhosas retribuem

Os afagos com que as minhas te aqueço

E entre juras de amor eu me pergunto

Se é tanto o amor que eu mereço