PRENÚNCIO...
Proposta feita para caminharmos
pelas noites em companhia do
silêncio dos meus passos.
A fuga por ruas incertas, a
bruma desnorteando o andante,
tentado fazer esquecer o passado.
Quantas vezes no escuro o
súbito susto feito pelos ramos
pendentes do vimeiro.
Uma vez ou outra se
ouvia os acordes perdidos
da doce canção dos enamorados.
Uma verdade sempre nova,
na solidão a dois das noites
sempre úmidas e solitárias.
A estrela do pastor, anã ou binária
lá no infinito a observar alguém
perdido aqui na terra.
Hesitação como o amor filial e a sede de
vingança a confusão de Hamlet,
a música de fundo de minha história.
Impossível viver com elas quando
o sol está debaixo do horizonte,
pânico geral nunca soube onde eu estava.
Deixei-me vencer pelo feitiço quiçá
tenha sido um inimigo resultado
de cultos para tornar-me encantado.
Manhãs cansadas retorno
do malogro, mas que bom prenúncio
de um alvorecer iluminado...