ABRIGO

Com os tijolos da paciência

Levantei paredes de um abrigo

Reboquei com as palavras paridas

De minha alma febril

E as pintei com as tintas dos sentimentos

Cobri-o com as esperanças

As flores não demoraram a vir no rastro da chuva

E no sorriso do sol,

No dia aberto

A compor o jardim e sua beleza

No meu pedacinho de chão.

Ali descobri a ternura das águas

Que banha meu corpo

E o prepara para receber o perfume

Das manhas

Este é o refugio por onde campeio

O gado ligeiro das atribulações

E sulco com minhas mãos

Os campos de algum sonho

Para receber a semente

Que germinará um dia

Dentro da serenidade

Das estações

Aguardo o vento da bonança sempre

E preparo meu coração.

Para ser melhor

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 08/05/2007
Reeditado em 25/11/2012
Código do texto: T480109
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