LÁGRIMA E CHUVA

Por muito tempo permaneci por longas horas

debruçado sobre o parapeito da janela do meu

quarto,tentando encontrar em minhas reminiscências

aquele algo bom que foi pincelado no quadro de meu sentimento.

Quantas vezes vi os pingos de chuva baterem

forte na vidraça da janela, formarem nas

depressões das ruas verdadeiras poças d'águas,

e quantas enxurradas desaparecendo nos bueiros.

Vi muitos raios bravios rasgando as nuvens

carregadas e depois a demorada precipitação,

ouvi tantos ruídos de trovões que mais

pareciam com tambores de guerra.

Também presenciei a volta do sol clareando

novamente o dia, vi as nuvens fugirem como

vi a volta dos passarinhos em seus folguedos,

e experimentei depois das chuvas a brisa a me abraçar.

Vi e senti tudo, o que deixei de ver foi o molhado

no batente da janela onde sempre permaneci,

onde só depois de muito tempo descobri que as

responsáveis foram as águas de minhas lágrimas.

Wil
Enviado por Wil em 09/05/2014
Código do texto: T4800398
Classificação de conteúdo: seguro