RENÚNCIA

Subtraí de mim mesmo,

outra vez, o ideal de viver,

entreguei-me aos cuidados da

renunciação.

Perdi as esperanças...

Nada mais possuo,

até para falar,

recorro ao monólogo,

no palco de meu silêncio.

Já não existem noites,

só madrugadas,

todas representadas

por imagens ilusórias.

Imorredouras lembranças,

de flores que o tempo

fez esquecer seus perfumes.

Talvez o único bem dominante,

seja a possessão insensata

de um coração.

Tolas formas de agir,

quando por ação demonstrativa,

tornei-me um cancionista,

para que entendesse minha canções.

Tudo entreguei, tudo fiz

para que conhecesse o que sentia...

Até ensaiei colorir meu semblante,

vejam só,

para que entendesse meu ávido sentir.

Hoje habito na realidade

de um imo, talvez,

conclusão da própria imolação

da qual tornei-me refém.

Wil
Enviado por Wil em 06/09/2005
Código do texto: T47984