PÉTALAS AO VENTO
Bem sei
que não irás me perdoar
das quedas que tive
ao desalinho,
nem estender-me a mão,
ou pousar-me novamente o puro olhar
para que desbravemos
novo caminho;
então suplico
que permitas, pelo menos,
que ainda nos toque a brisa do passado
com lembranças tão somente
do que nos tenha
sido bom,
e deixa que as enxurradas
das imperiosas chuvas de outrora
se escorram pelos bueiros
do caminho,
levando consigo
os resíduos das asas quebradas
e das folhas e flores
que morreram.
Péricles Alves de Oliveira