O CORVO E A NUVEM
É verdade que tive
muitas quedas,
sobretudo no abuso
com o verbum volat,
fazendo com que o céu,
outrora azul,
se tornasse escuro
e se dobrasse em incontidas
e dolorosas chuvas
– e como seria bom
se pudesses aliviar as relevâncias
de meus recorrentes tropeços
pelo caminho! –;
mas nem por isso
deixei de te amar em sublime
sonho nuvem
que, em mim, tornou-se
inexoravelmente
enraizado.
Péricles Alves de Oliveira