Pausa
Há uma vírgula entre nós,
Uma pausa
Que não me deixa respirar
Um espaço em branco
Preenchido pelo som descompassado e devastador
De um coração
Que pulsa, sacode
E me enlouquece!
Questionando, justificando
Respondendo e me acusando
Há essa pausa poética
Que cria um suspense interminável
Entre nossos olhares
Como o escritor de um capítulo inacabado
Suspenso
Intacto
E flutuante
No fim da página.
E então??
Assim soa a pausa
O ponto final
Que sempre parece em seguida
O ponto final
Que me deixa em reticências...
E então??
É o olhar que meu coração
Nega te dar
Constrangida sinto a angústia na boca do estômago
O coração apertado
E a garganta engasgada
Com palavras ...
Tantas...
Que não posso te dizer
Que não posso arrancar do peito
Tudo que me resta é pousar no tempo
Silenciar o espaço
Calar o vazio
E pausar o nada
Deixar a distância te levar para longe
E concluir meus sentimentos
Sem nunca sair da pausa,
Da vírgula que sou
Deixar você dar continuidade a sua frase!