A Vida para Alguns
Na arte das palavras e dos sons
Sons que não sei de onde provêm
Sons que por si só gritam no silêncio
De uma alma que ama como a vida de Matusalém
Ama mais que Jacques Brel a Madeleine
Que toca nas notas de outro violão
Violão com alma contundente
E corpo cuja carne quer mais alma
Mais audácia incorreta politicamente
Somos vítimas da arte, do amor e das trevas
Pacificando num céu de resposta insuficiente
Carne mais quente que a guerra fria
Sonhos mais altos mais que a Eiffel
E alma mais colorida que o Yellow Submarine
Por mais amor que haja na contramão entre Iracema e Adoniran
Cheguem ao céu e fedam como o fel
Porque entre nós a vida é vã.
Karen de Araújo.