A Vida para Alguns

Na arte das palavras e dos sons

Sons que não sei de onde provêm

Sons que por si só gritam no silêncio

De uma alma que ama como a vida de Matusalém

Ama mais que Jacques Brel a Madeleine

Que toca nas notas de outro violão

Violão com alma contundente

E corpo cuja carne quer mais alma

Mais audácia incorreta politicamente

Somos vítimas da arte, do amor e das trevas

Pacificando num céu de resposta insuficiente

Carne mais quente que a guerra fria

Sonhos mais altos mais que a Eiffel

E alma mais colorida que o Yellow Submarine

Por mais amor que haja na contramão entre Iracema e Adoniran

Cheguem ao céu e fedam como o fel

Porque entre nós a vida é vã.

Karen de Araújo.

Karen de Araújo
Enviado por Karen de Araújo em 03/05/2014
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T4792619
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