O diário

Deixei passos molhados

Sobre as águas que me afogavam

Sobrevivi encharcado de passados

Morri Entre Ilhas descoradas de passagens

e sobre recantos sem encanto chorei uma vida

Sobre outra vida, não vivida.

Depois

Virei a pagina num desejo de mudança

Uma tímida reação quase despercebida na alma

Foi uma passagem para nova existência

Onde as sublimações fazem-se um casual acontecer

Rasguei as paginas sem substancias,

Disfarcei a farsa reprimida dos sentimentos

Virei um diário, em um quarto incolor

Conclui que Tenho as cinzas do sol

Contidas nas noites,

paredes escondendo as estações,

O mistério preso nos murais

Quero

Enrubescer os rios

Da minha alma

Em um deserto jardim