ANGUSTIANTES AMARRAS
De meu duradouro
e angustiante desterro
ao deserto,
quero fazer-te
uma última pergunta,
querida:
se minhas palavras
estão fatalmente condenadas
à tua descrença,
devido às recorrentes quedas
que viste em meu
caminho;
e, o mais importante,
se não mais me é permitido
decidir
– ou sonhar –
sobre nosso amor,
sem o entendimento e o perdão
de quem tanto diz
me amar;
devo-me manter
em dolorosa e sempiterna
ausência?
Péricles Alves de Oliveira