Do Meu Amor Nordestino...
sinto saudade de tu.
da tua paz que eu careço,
do nosso amô doce rapadura...
só purque é doce... mas a vida é dura.
mas a gente é nordestino!
e é na dureza da vida que eu mais te amo.
e eu vou pendurando no varal
do sol a pino da nossa terra...
as dores tudinho pra quará...
pra virar amô "enxugado" e alvinho...
pra pudê a gente guardá.
e se ainda assim o sol resorver fartá...
forte fica a luz do nosso candeeiro...
no beco escuro que a gente entra de veiz em quando...
e arranja um jeito pra saí sem cansá!
sem vexame... sem vexame!
papai do céu abençoa!
bem quietinho e aninhadinho...
um pro dento do outro...
aquietemo o nosso coraçãozinho.
o candeeiro teu que me alumia os olhos...
e que me alumia a vida...
e que alumia o meu amô.
... purque somo dois passarinho...
por hora fora do ninho...
mas quando deus do céu resorvê...
nois haveremo de vortá pro merecê.
karla mello
28 de abril de 2014