CHUVA

Abro a janela na noite para ver e ouvir a chuva,

Que cai por entre as lâmpadas cor de cortiça

Sob as luzes mortiças da rua.

A chuva é uma cortina fria,

Porém, encanta e refresca meus pensamentos.

Como as plantas, também ganho viço,

E certo brilho nos olhos

Aflora-me um sentimento da esperança.

A chuva leve, também me faz leve,

A chuva lava a terra e as chagas

Dos homens aflitos que semearam

Sementes na terra.

Aquieta os que dormem.

Embala o sono dos pequeninos

E o amor sobressaltado de sua mães.

Abre minha alma para coisas boas,

Suaviza meu rosto duro,

E faz meu coração bater suave,

Encharcado de sonhos e novas brotas.

A chuva remoça a terra,

E as minhas visões do futuro.

E com o cheiro da terra molhada,

Preparo-me para vencer o medo

Das tempestades escondidas.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 07/05/2007
Reeditado em 27/01/2015
Código do texto: T478589
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