Sexta feira
Entusiasma-me o silencio, este que na madrugada,
Assusta aos cães e inocenta o pirilampo.
Este mesmo que aterroriza os festivos e faz sofrer os incrédulos
Gosto deste não pensar para se descobrir pensativo sobre
Gosto da penumbra que o silencio oferece
E da rapidez dos intuitivos que maceram guardanapos no botequim.
Sobremaneira, degusto o gosto pelo absoluto nada.
O vazio do cálice me entusiasma e faço versos
Quando nada tenho a ser dito, quando o oco se revela profundo.
E a tristeza é companheira das taças vazias
O silencio é meu trunfo e nele faço minhas construções
Siderais, meus castelos de cristais, minhas sementeiras túmidas.