A Valsa ...

Quando em transe rocei-lhe a cintura

No enlace da dança me vi comovido

Seus olhos nos meus, suas mãos em minha espádua.

Seu peito, de leve, tocando meu coração.

Na alvura do colo, suspiros de paixão.

Os cabelos castanhos caindo-lhe ao rosto

Um diadema de cachos, ornados a gosto.

O talhe elegante, o capricho do corte.

As mãos pequeninas, os dedos túrgidos,

Tocando-me medrosos a cada enleio

Sua cabeça coroada, seu rosto bonito,

Vinham repousar em meu inquieto seio

Sentia sua respiração quente roçar-me a alma

Sua boca entreaberta em doces receios

E o beijo que eu não ousava...

A pele rosada, do toque fugia.

Quanto mais te amava, mas se afligia.

E fugia de mim, fugia da dança.

Mas da paixão...

Ah, minha cara, dessa não poderia.

Toquei-lhe de novo, rocei o seu braço.

No compasso da dança, tomei-lhe o abraço.

E nada... nem os múrmuros dos que nos olhavam

Tiraria a beleza daquele instante.

Em que vi a chama arder em seus olhos.

Amavas-me querida, sei que amava.

Seu sorriso do céu me trouxe a resposta.

Oh anjo, onde esteve toda essa vida?

Padeci de uma febre sem pena...

Agora sei que não te perco...

Não permito...

Te terei para sempre, para sempre comigo.

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 24/04/2014
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T4780579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.