Do nada
Do nada
Neste rio largo
Que atravesso a nado
Que nado
Espero de travesso
Que vejo na turvas águas
A nitidez da esperança
A clareza do céu
Na amarga lembrança
Rio que nada
Nada tem de água
Que a vida de nada
Nada no rio da vida
Que corta a terra
Que deságua nas lágrimas.
Salgada a água que sai
Que brota das mágoas.
Da água que me salga
Que me cega de dor
Que faca me corta
Do meio pro fim
Que nada é de mim
Dos pedaços que ficam
E fincam em mim
O nada.
Diogo Diniz Garcia Gomes
07/04/2007