Covarde
Eu queria poder dizer que te amo.
Reunir todas as forças, e embaixo da sacada
da sua casa
simplesmente gritar que te amo.
Cantar uma música piegas,
dizer frases bobas, mas acima de tudo sinceras
para simplesmente dizer: sinto-te aqui comigo
guardada sob a égide do meu peito -- contigo não sinto-me tão sozinho.
Riu dessas palavras infantis,
dessa resfolegar bobo, pueril
ignóbil, que parte profundamente desta minha vontade de idílio.
Não um comum, qualquer, mas este princípio
que tanto quis, que tanto quero; de te dizer que te amo.
O quão me sinto uma criança boba de ficar vermelho
de ater-me em tolos conselhos
com meus amigos por causa de você, remonta o tanto
O quão te quero ao meu lado.
Tolo é o que sou; por ter esse bróquel aos meus braços,
essa força impávida, esse bradar gigante,
que infelizmente não me faz sentir o bastante
de ter-me ao seu regaço.
Pena dessa época tola aonde as pessoas,
sentem esse medo imenso de romance.
Esse escapar gritante, bravio, quase delirante
de ver-se envolto na alma do outro -- santa ironia tola.
Santa ironia tola... dizer que "quero-te para sempre comigo".
Engraçado que somente em pensar isso
me vejo em rios de gracejo,
é uma piada pronta, e ainda assim, um sentir verdadeiro.
Por fim, não sei mais o que lhe dizer, a não ser que te amo.
Não sei se tenho essa coragem de lhe dizer, mas quero-te tanto
comigo, que em meu âmago vou encontrar a coragem.
Por agora somente escrevo as palavras libertárias
sinceras, tímidas mas afogadas do sentimento imenso. Palavras
livres de diálogo, de sentido; de que só quero-te a ti, minha amada.
Ater-te nos meus braços, sentir seu cheiro, amar-te.
Cadê você, dona Coragem?
Minha amada está ali
-Vá dizer então.
Não sei se terei ela comigo,
-Escolha a hora certa, conquiste-a.
Falar é muito fácil, quero ver você fazer,
-Não sou eu quem está apaixonada aqui, sou?
Isso que dá lhe pedir conselhos...