Amor em boca molhada.
Quero antes, o riso solto dos párias, dos visionários e dos loucos.
Uns poucos que ainda divisam a luz e o abismo.
Quero correntes e janelas escancaradas, fumaças sendo levadas pelo vento,
Pra esquecer o tempo
em que o amor foi calado, o desejo amordaçado.
E os olhos em pranto derramados.
Quero a tristeza sufocada por beijos de amantes inocentes,
corpos entregues à ardentes;
Insanas paixões desesperadas; quero amor nas madrugadas,
e vinhos embriagando esses desejos.
O amor em molhadas bocas que proclamam a paixão inesperada,
desejo e tesão misturados em um beijo.
Quero o amor em borbulhas de espumantes desejos,
Que antes, o amor ao medo,
O grito ao silêncio dos que não sabem amar.
Que toda boca proclame o amor absoluto,
Que todo corpo se inflame e se entorpeça desse amor resoluto,
Que toda alma se aqueça, não se acanhe desse amor.