“Toda carta de amor é ridícula”

Enquanto a poesia prevalece, meus olhos lacrimejam.

Por insegurança, por medo, de fome, de uma semi/depressão

“O homem é busca e insatisfação”

Eu busco minha insatisfação.

Eu invento, crio e alimento amores impossíveis.

Meditando, creio que construo essas pontes intransponíveis, porque não saberia o que fazer se chegasse ao lugar marcado.

O xis desse tesouro se perdeu da ilha perdida.

Sou um pirata fanfarrão que enche o rabo de cachaça e esquece onde enterrou seu tesouro...

Deixo tudo mal entendido, subentendido confuso e vou levando a situação, até que o possível vai ficando difuso, virando miragem e já se perde nos milhões de pensamentos e eventos extremamente enfadonhos do cotidiano.

Saboto-me.

Sou pirata, capitão, marujo e barco.

Crio motins e tramas que se dissipam com milhões de eus comigo mesmo.

Ás vezes a vida fica insuportável.

Queria que fosse diferente, mas trago essa angústia dentro de mim desde sempre.

Ao mesmo tempo que tenho tudo, nada é meu de fato.

Uma metafísica que fode tudo.

Desmaterializando minhas certezas dentro de um buraco negro misterioso.

Eu sei que sinto, eu sinto que sei que isso não tem mais solução.

Digo isso num soluço inaudível aos ouvidos, mas vivo ao coração.

Na verdade acho que falhei.

Mas meu orgulho – não sei se isso é bom ou mau – me faz seguir em frente.

Só tenho fé em minha fé, e tenho me esquecido de rezar ultimamente...