Carta ao senhor dos rumos

Nos teus olhos de criança,

onde cirandas se abrem,

tantos jardins florescem,

reflorescem dentro de mim.

Cantigas de roda ecoam,

nos pátios alegres ressoam

melodias vindas de tua voz.

Leva me ao vapor das nuvens.

conta me estórias de fantasmas.

Faz me rir ante ao abismo

de incertezas tão certas.

Nas cores da inocência,

quando me olhas assim,

venta tanto a evidência

de um futuro em tom marfim.

Vem e caminha neste chão

onde as brumas da paixão

permeiam o destino nosso.

Aquarelou-se o amanhecer

para acolher a ti, pax-vóbis,

senhor dos meus rumos

e dos prumos da aurora.

Quanto clarão a tua presença,

a fulminar-me o senso, a direção,

que só torno a encontrar

junto e preso a tua mão.

Jamais se perca, não se afaste

no contraste das distrações,

ilusões de um mundo em sete cores.

Quando brincas de esconder,

correr por essas ruas estranhas

sem que eu possa lhe encontrar,

vem o medo, como escuro me assustar.

Mar de apaixonantes levezas,

de transparências cristalinas

divinas são as tuas águas

de maravilhas infindáveis.

Volve a areia adormecida,

esquecida nas praias

com o frescor do teu carinho.

Que as ondas sejam brandas

no quebrar contra o rochedo.

Que o enredo e a maresia

Tragam paz e passaredo.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 06/05/2007
Reeditado em 06/05/2007
Código do texto: T477203
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