Errante Regressado

Caminhava seguro e completo, tolo o errante, acreditando piamente que de nada e de ninguém precisava.

Chutava latas, trocava calçadas ruas de cidades e de países, era de si somente, nômade, sozinho, de quem dependia.

E assim caminhou por tempos e relógios que marcaram horas perdidas, automáticas, sem querer direção, até que foi visto, parado, fitando a lua, que em seu brilho secundário ao sol, ainda se permitia eclipsar, não em submissão, mas em desejo de partilhar com os notívagos enamorados, uma inspiração extra ao amor.

Percebeu naquele eclipse, que era inseguro e incompleto sem alguém a quem amar, e se voltou ao caminho por onde viera.
Olhar perdido no longo percurso, que curto se tornaria ao encontro da parte que nele faltava.

Sabe-se que o errante voltou certeiro, e se fixou pra sempre, no amor daquela mulher a quem a lua, incompleta, eclipsada, lhe fez regressar.